quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Cama para um

Ultimamente tenho pensado muito em dois amigos que não se conhecem, mas que têm muito em comum: são homens bem-sucedidos, inteligentes, bem-humorados, até são bem apessoados e, certamente, devem despertar o interesse de outras pessoas. Mas o que eles têm de mais interessante no meu ponto de vista é o fato de não conseguirem dividir suas camas com ninguém.

Elas são como santuários da individualidade. Compartilhá-las, só para algumas horas de sexo. Dormir? Só se for num outro quarto, no sofá ou, preferencialmente, que vá embora para garantia de sono tranquilo.

Claro, é inevitável olhar meus amigos sem tirar do bolso minha lupa de pseudo-análise e extrapolar a leitura desse jeito de ser para suas vidas. Ambos são solteiros convictos e há muito tempo não têm relacionamentos. Portanto, não dividem também suas intimidades, suas vidas.

Então no último fim de semana me peguei dormindo fora de casa e tendo de dividir uma cama com alguém, inocentemente, é claro. Foram três noites de sono parcelado e três dias de dores de corpo à vista. Esqueci a quanto que não durmo acompanhado. Lembrei: quase 3 anos e, na época, dividia uma cama de solteiro sem problemas (durante a noite e de dia).

E aí as perguntas começaram a borbulhar (por distração) na minha cabeça. A maldição foi comprar uma cama de casal quando solteiro pensando num futuro casal? Ou estou solteiro justamente porque me acostumei a uma cama de casal como solteiro? Estou cada vez mais diferente do que eu era há 3 anos e/ou mais parecido com meus amigos de hoje? O lado vazio da cama é opcional ou já veio no pacote? Ou pior, estou cada vez mais fechado à ideia de estar cada vez mais aberto?

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