quarta-feira, 28 de julho de 2010

Entre aspas #7

Após cuidadosa reflexão e muitas noites sem dormir, eis o que decidi: adultos não existem. Seguimos em frente, partimos para o mundo, deixamos nossas famílias e criamos a nossa própria, quando conseguimos. Mas as inseguranças básicas, os medos primários e todas aquelas velhas feridas crescem junto com a gente.

E justo quando achamos que a vida e as circunstâncias nos forçaram a finalmente e realmente virarmos adultos... Seus pais começam a agir como crianças.

Ficamos maiores, mais altos, mais velhos. Mas, na maior parte do tempo, ainda somos um bando de infantes correndo pelo playground, tentando desesperadamente se enturmar.

Ouvi dizer que é possível virar adulto, só nunca encontrei alguém que o tenha feito. Sem pais para desafiar, quebramos as regras que criamos para nós mesmos. Temos ataques quando as coisas não acontecem como queremos.

Sussurramos segredos para nossos melhores amigos no escuro. Procuramos apoio onde podemos, nem que seja na mesa de um bar.

E nós torcemos contra toda a lógica, contra toda a experiência. Como crianças, nunca abandonamos a esperança.

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