terça-feira, 14 de outubro de 2008

Gi, perdoa

Amor, penso o quanto o seu conto de fadas está mudando de enredo mesmo tão criança. E onde estão aqueles que deveriam protagonizar sua história? Talvez eles tenham se tornado crianças perdidas em fantasias afora assim como você está em sua realidade. Isso fica claro em nossos encontros quando me torno garoto para estar ao seu alcance enquanto você se transforma precocemente numa menina crescida.

Na sua história quis ser o super-herói, mas nela os meus poderes são inócuos. Meu bom senso é minha criptonita. Afinal, todo mocinho sabe os limites de suas responsabilidades. Não posso ser pai sendo apenas tio. Não posso ser tudo pra você se eu ainda não o sou para mim. Então só resta ser seu conselheiro, seu tutor silencioso, sua tentativa.

Pra você Gi, eu me tornei mais humano. Da minha capa fiz o seu cobertor. Da máscara os seus óculos. Vendi os super poderes em nome da sabedoria para contigo compartilhar. E é nesta condição de reles mortal que me perco nos erros para acertar, sofro por achar que faço pouco. Mas os ainda-não-protagonistas têm que aprender para também ensiná-la.

Então, me perdoa se pareço omisso porque eu ainda não me perdoei.

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