Na Avenida Santo Amaro eu dou a meia volta. Volto ao sentido contrário. A raiva toma corpo em forma de lágrima, eu tiro a forma, eu transformo, eu me engano: "Não é raiva, é indisposição".
No contra fluxo, erro o caminho. Putz, a rua não tem saída. Não diga, mais ilustrativo impossível.
O chiclete amortece o ranger dos dentes. O pé maltrata o acelerador. Quero atalhos para chegar logo ao meu sofá.
A bipolaridade, a covardia, a irresponsabilidade me irritaram. É imaturidade. É raiva, não ódio. Sublimo ou grito para o filho da puta que fecha o meu carro?
Doze andares escada acima pareciam doze metros ladeira abaixo. Falta de ar, falta de bom senso. Um coração que se fecha, uma mente que se abre.
Ah, de novo as antíteses...
Então a pergunta da semana se repete: “Cara, o que você está esperando pra ser feliz?” Chego ao paradoxo: penso que a saída é não pensar.
Ah, agora algumas coisas começam fazer sentidos.
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