Às vezes, nos momentos de assepsia emocional, esqueço o quanto a ficção tem o poder de me tirar de um estado de catalepsia dos sentidos. E foi o que “Não Por Acaso” fez comigo nessa noite de domingo de trabalho, de almoço familiar a base de sanduíche e com alguns ruídos de comunicação.
O filme de estréia de Philippe Barcinski ficou semanas esquecido no móvel de casa e se revelou somente hoje, não por acaso (o trocadilho foi mais forte), para trazer estórias simples numa realidade falsamente complexa.
Vidas em trânsito, vidas no trânsito; para mim é a síntese de “Não Por Acaso”. São Paulo é o cenário e o vai-e-vem dos carros é o personagem presente a todo momento; o vilão e o mocinho, o ator principal e o coadjuvante.
Na época do lançamento, muito se disse sobre as histórias paralelas, sobre a estréia de Barcinski nos longa-metragens e a produção de Fernando Meirelles. Pra mim, o que importa mesmo é a história e os personagens simples, uma São Paulo dinâmica em uma câmera quase lenta e as vidas que transitaram e que arrancaram alguns arrepios, algumas lágrimas.
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