Sábado à tarde, passeio com a sobrinha e a amiga Vanessa. Para esse tipo de amor é mais fácil ter respostas; é só não pensar, é só sentir. No Museu da Língua Portuguesa, o poema “Palavra Amor” de Drummond intensifica a provocação.
Domingo, final da manhã. Procuro “Palavra Amor” sem sucesso. Em contrapartida, “O Seu Santo Nome” me acha e dá indícios para pergunta feita no primeiro parágrafo: existir existe, mas só na prudência que ele se revela.
O Seu Santo Nome
Não facilite com a palavra amor.
Não a jogue no espaço, bolha de sabão.
Não se inebrie com o seu engalanado som.
Não a empregue sem razão acima de toda a razão (e é raro).
Não brinque, não experimente, não cometa a loucura sem remissão de espalhar aos quatro ventos do mundo essa palavra
que é toda sigilo e nudez, perfeição e exílio na Terra.
Não a pronuncie.
Carlos Drummond de Andrade
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