O café do dia anterior parecia fresco, o pão de forma light sem “adição de gordura” e de gosto até parecia razoável. Comer só uma fatia parecia razoável. Soava razoável ver o despertar da rua, tomar café da manhã e ouvir rádio ao mesmo tempo. Parecia razoável ser razoável.
Camisa apelidada de “US Top”, All Star camuflado com couro para despistar os caretas do trabalho de plantão, jeans escuro e mochila nas costas. Eu não era o “american way of life” em pessoa, mas naquela breve caminhada não faltaram sonhos, projetos e um discreto sorriso insistente. Me vesti de moleque “só por hoje” para combinar com a leveza do dia
Alguém disse “bom dia”. Respondi “ótimo dia pra você também”. Alguém insinua sobre o meu final de semana. Disse a verdade: não tem a ver com sexo. Alguém perguntou o que houve e eu não sabia. Só sentia.
No trabalho a colega quase-amiga confidenciou sua promoção, no almoço o amigo se derreteu ao falar do novo relacionamento, ao celular a mãe chorou ao sentir o que eu sentia, na caminhada a quase-irmã confessou que eu tinha razão.
O dia quase terminou, no rádio Jonh Legend. No banho pensei: quero escrever sobre um dia ordinário que só se tornou possível por ser tão simples e real.
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