
Paulo acordou lentamente. Nada ali era dele; era um quarto de hotel. Os pêlos arrepiados traduziam a manhã fria e o corpo descoberto. Ao seu lado estava Amanda, namorada há cinco e noiva há um. A dor de cabeça repentina o lembrou que está ensaiando há meses um jeito de dizer à Amanda que tudo acabou.
Sueli foi despertada pelo cheiro de café fresco. Aquilo não era comum em suas manhãs, mas soava agradável. Levantou-se e viu sua mesa repleta de guloseimas matinais e um bilhete que dizia: “Su, obrigado pelas noites de sonhos acordada. Nos vemos mais tarde. Beijos, Lúcia”.
Rui abriu os olhos e ouviu o barulho do mar. Lembrou que não estava em São Paulo. O Guarujá parecia o lugar ideal para fugir das mentiras e das promessas vazias que tinha ouvido dias antes.
Tati sentiu uma mão quente e grande percorrendo seu corpo. Precisou de alguns segundos para se dar conta do que acontecia; ela trouxe para casa um cara que tinha conhecido na noite anterior e, pelo visto, ele queria mostrar um pouco mais dos efeitos afrodisíacos do ecstasy. Ela pensou: “Merda, vou ter de dar um fora nele depois de gozar. Odeio quando eu banco a ‘fofa’ e trago alguém pra dormir comigo”.
Décio já estava de pé às seis da manhã, como sempre faz. Acendeu seu cigarro, escovou os dentes e tomou seu remédio para a pressão alta. Voltou para cama e viu Amália num sono profundo e lembrou-se de quando a viu pela primeira vez; sem rugas, sem cabelos brancos, sem experiência. “É velha, mais de 50 anos se passaram e as pequenas coisas de nosso cotidiano ainda fazem de você a mulher da minha vida”, cochichou.
2 comentários:
Será que uma dessas histórias é auto-biográfica?
Qual delas é vc?
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