segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Randômico #1

Quem dera eu fosse um curativo espiritual para estancar esse corpo fechado de alma exposta.
Quiçá ser um passatempo eterno para brincar de verdades sérias com seu coração.
Ser um lunático de pés fincados em solo marciano. Ser Marciano, Márcio, Mário, Maria, ser Plutão.
Escrever um livro de cem páginas, sem páginas, mil tons e alguns bits.
Achar na língua inglesa compulsória meu português anárquico.
Encontrar noutra língua minha boca.

Quem dera eu ter um novelo de linhas aéreas para trançar em nós bordados alados.
Quiça ser caótico o suficiente para botar sua vida em ordem com a minha.
Ser um achado, um perdido, um pedido, um machado, um manchado, um fodido.
Fazer alusões a ilusões irreais na busca da real desilusão que um dia jamais viverei.
Jogar palavras e escrever jogos. Ganhar palavras, perder jogos.

Quem dera eu redigir uma sentença perpétua de liberdade presa a predicados, sujeitos e a objetos diretos e não identificáveis.
Quiça ter amor próprio o bastante para aliená-lo, consigná-lo, financiá-lo, fazer leasing. No final das contas, receberia de juros mais amor.

Quem dera eu você tivesse gasto seu tempo lendo algo tão mais originalmente medíocre que isto que aqui acaba. Ou recomeça?

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