Quando você descobre que um(a) amigo(a) pode estar sendo traído(a) o que deve fazer? É melhor contar os fatos e correr o risco de ser o pivô de uma separação ou se omitir e torcer que a verdade venha a tona com o tempo?
Acompanhei recentemente uma situação como esta que envolvia dois amigos; um era a possível vítima e o outro foi testemunha do ato suspeito. Confesso que não soube o que deveria ser feito.
A cena que meu amigo-testemunha presenciou não era necessariamente clara e poderia ter várias leituras. Então ele fez uma abordagem indireta ao amigo-possível-vítima para testar sua reação e assim obter mais informações. Infelizmente, as respostas levavam a uma conclusão nada feliz. A história e o fardo de conhecê-la foram compartilhados comigo.
Mesmo assim, o segredo se manteve. Até que hoje, depois de algumas semanas do fim do relacionamento, resolvemos contar ao amigo-possível-vítima os fatos. A reação dele não poderia ser outra: a esperada frase “por que não me contaram antes?”.
Naquele instante me senti omisso e pouco amigo. Por outro lado, o meu não-ato foi motivado pelo carinho, pela preservação e pela tentativa de não gerar o sofrimento do outro a partir de uma interpretação precipitada.
Por sorte, o amigo-possível-vítima foi sensato o suficiente para entender nossas razões. Mesmo assim, o dilema ainda é algo permanente em mim.
2 comentários:
Pelo jeito, você não é muito amigo do seu amigo-possível-vítima. Se fosse, você certamente teria compartilhado os fatos e ele teria tido oportunidade de investigar e chegar às suas próprias conclusões.
Felizmente, seu amigo-possível-vítima deve ser muito seu amigo, porque te perdoou. Sorte tua.
Amigo é para as boas horas e para os maus momentos. É para gargalhar e para secar as lágrimas. Para convidar para uma balada e para contar quando acha que estão pondo chifre nele.
Já passei pelo que você passou. Não hesitei. Contei. Ele agradeceu e fez o que achou que tinha que fazer ou que achou que não tinha que fazer.
Mas esse sou eu. Não tenho segredos com meus amigos...
Rogério,
Compartilhei minha aflição justamente por não ter certeza sobre minha conduta.
Não me sinto mais ou menos amigo; no máximo omisso.
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