sábado, 9 de agosto de 2008

Corações em Conflito?

Quando analiso o grupo de colegas e amigos do qual faço parte, observo alguns dados interessantes: temos entre 25 e 40 anos, somos independentes, solteiros ou separados e, na maior parte dos casos, estamos preocupados com esta última condição – principalmente as mulheres.

Calma, calma, não vou discorrer aqui uma tese sócio-econômica-psico-antropológica-filosofal sobre o tema. Não tenho condições e tão pouco pretensão para isso. Só faço da minha observação e da minha (in)experiência o currículo para esta análise. Bom, independente disso, acho que o assunto merece atenção. Vamos ao que interessa?

É natural que as relações atuais não sejam pautadas pelas mesmas regras que eram vigentes 25, 30 anos atrás. No entanto, sinto que nossa geração está vivendo o conflito de ter crescido sob a influência de um modelo pré-definido de relacionamento em oposição de um outro que não tem moldes nem receita pronta.

Acho que isso explica um pouco a constante contradição que estamos vivendo entre o discurso e a prática. Reclamamos que está difícil achar o “amor” de nossas vidas e, quando o encontramos, desistimos na primeira necessidade de tolerância ao outro. Não seria isso o confronto entre a nossa individualidade cada vez mais valorizada e o ideal do amor romântico que herdamos da família, do cinema, de valores que não condizem mais com a realidade?

5 comentários:

Anônimo disse...

É isso aí, amigo Milton. As pessoas querem muito encontrar alguém, mas quando encontram não conseguem ceder um milímetro de sua individualidade para poder conviver. Que tempos difíceis, esses nossos. Essa dicotomia entre querer estar junto e querer as coisas do seu próprio jeito tem tirado o sono de muita gente...

Rogério Barão

Milton Junior disse...

Rogério,

Diante disso tenho mais perguntas do que resposta.

Há solução? É um caminho que tem volta? Agir assim é o errado? Seria tudo isso o rompimento de um padrão e a criação de vários outros?

Anônimo disse...

Talvez eu esteja numa fase muito Pollyana, mas não vejo nosso ritmo atual de forma tão negativa. Antigamente, o casamento era pra sempre. Isso é terrível... eternos sapos a serem engolidos e busca de feicidade impedidos por uma moral rígida e não necessariamente coerente e correta. Vejo aqueles que ficaram até a morte separar e em poucos vejo algo positivo além das aparências. Agora, ao menos, podemos continuar na expectativa de que Mr. ou Mrs. Right vai cruzar a esquina a qualquer momento. O erro não está em ser exigente demais. O erro está em acreditar que acharemos fora aquilo que não temos dentro de nós. Ninguém, nem o Príncipe Encantado ou a Donzela em Perigo irá resolver nossos problemas. Quando pararmos de esperar o impossível do outro, tudo ficará mais fácil. Ainda prefiro a nudez de nossa busca que parece eterna a ficar na estagnação de uma busca interrompida.

Anônimo disse...

onde se lê "feicidade", por favor leia-se"felicidade"

Milton Junior disse...

Doido-Bauru, a idéia do meu texto era justamente essa: gerar um discussão, a troca de idéias, de pontos de vista.