Há pouco mais de um mês (29/06) um amigo me convidou em cima da hora para acompanhá-lo no show da Ana Carolina (Multishow Ao Vivo). O convite teve um significado especial pra mim, pois desde que chegamos das férias de Buenos Aires a nossa amizade não estava mais a mesma.Mesmo não sendo fã da cantora, não recusei o convite. Afinal estava indo na faixa e era a oportunidade de acertar nossas diferenças, no bom sentido.
De cara meu amigo falou de sua vida sentimental. Ele estava tentando se afastar de alguém que gostava, pois não se sentia correspondido à altura. Mas nas últimas semanas o contato estava sendo restabelecido. E, infelizmente, naquele dia ele teve a confirmação de que o outro lado não estava disponível de fato.
Foi tão fácil compreendê-lo, visto que aquela sensação era bem familiar para mim…
As cortinas se abriram e a Ana Carolina queria o centro das atenções. Belo cenário de Gringo Cardia, iluminação que dava o clima certo, ótima banda, voz impecável e um figurino… Bom, este é melhor não comentar. Pra quem não pagou, estou saindo no lucro – pensei.
De repente, tudo fica vermelho e rosas iluminadas estampam o instante. Num tom mais grave, Ana declama um poema sobre olhos profundos. Na seqüência, “Nua” e “Pra Rua Me levar” tiram minha máscara, arrancam as armaduras e me mostram nu e frágil em pêlo. Já não dá mais para controlar, as lágrimas pedem passagem…
Dali pra frente, a minha emoção que coadjuvava tomou a cena e assumiu o destaque.
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