Um muro está se edificando entre nós. A cada dia consigo ver e sentir os tijolos que estamos investindo nesta obra.
Você contribui com as respostas mal educadas, as alfinetadas gratuitas, a distorção entre proteção e pena, a revolta mal administrada e a falta de vontade de ouvir. E o muro cresce.
Eu entro com o revide, o achar que é pessoal, a incompreensão, a impaciência e até uma certa imaturidade em lidar com esse tipo de crise. Mais tijolos.
A construção já faz o quarteirão que nos separa parecer um bairro. E o que fazemos? Só contribuímos com mais tijolos. Virou competição.
Esta obra está repleta de sentimentos e atitudes mal interpretados. Já quase não conseguimos reconhecer o alicerce disto tudo: o amor e a amizade.
Se não sentarmos o quanto antes para reavaliar os contorno deste muro, o tempo poderá transformar em concreto as nossas diferenças e ficará mais difícil reconstruir aquilo que um dia chamamos de amizade.
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sábado, 1 de maio de 2010
terça-feira, 18 de agosto de 2009
Meus bons amigos...
Começo esse post usando o trecho inicial da música do Barão Vermelho que tanto gosto e que pergunta o seguinte: meus bons amigos, onde estão?
Onde estão Marina, Vanessa, Paloma, Cezinha, Mari Popovici, Mari Novaes, Olintho, Letícia, Josué, Andrea Barbosa, Cliverson, Elaine, Sérgio, as Danis (Alves e Becegatto), as Renatas (Sampaio e Vendrame), Karin, Bete e a Patrícia?
Onde eu estou? Resposta: sentado numa mesa de jantar rodeado de mais três pessoas rasas, egoístas, superficiais e com o único hobby de reclamar de tudo e de todos. Seria eu um entre eles? Seria eu todos esses adjetivos que destilei a poucos?
sábado, 4 de julho de 2009
Algumas palavras, quase lágrimas e mil desculpas
Ontem de manhã uma amiga chegou até mim para desabafar e minutos depois ela estava prestes a chorar por conta de algumas “verdades” ditas. Eu só me dei conta do mal estar causado quando ela disse que era cedo demais (oito e pouco da manhã) para termos uma conversa tão séria, com os olhos já mareados.
“Putz, fiz merda; falei demais”, foi a reação seguinte. Enquanto ela ia ao banheiro para se refazer eu me questionei até que ponto temos a liberdade, como amigos, de compartilhar com o outro nossas “verdades”.
Eu acho que temos sim todo o direito, mas depende muito da intenção e da forma. Às vezes, na ânsia de ajudar ou apenas pelo hábito de julgar, corremos o risco chegar com dedo me riste, donos de nós e esfregar na cara do outro fraquezas duras de serem digeridas.
Marina, espero não ter agido dessa forma. Meu propósito era apenas expor meu ponto de vista sobre os fatos que você trouxe e, quem sabe, ajudá-la a lidar melhor com a situação. Caso não tenha sido feliz na forma e no conteúdo, peço mil desculpas...
“Putz, fiz merda; falei demais”, foi a reação seguinte. Enquanto ela ia ao banheiro para se refazer eu me questionei até que ponto temos a liberdade, como amigos, de compartilhar com o outro nossas “verdades”.
Eu acho que temos sim todo o direito, mas depende muito da intenção e da forma. Às vezes, na ânsia de ajudar ou apenas pelo hábito de julgar, corremos o risco chegar com dedo me riste, donos de nós e esfregar na cara do outro fraquezas duras de serem digeridas.
Marina, espero não ter agido dessa forma. Meu propósito era apenas expor meu ponto de vista sobre os fatos que você trouxe e, quem sabe, ajudá-la a lidar melhor com a situação. Caso não tenha sido feliz na forma e no conteúdo, peço mil desculpas...
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
Toda nudez será recompensada
Ontem eu tive a oportunidade de presenciar a personificação da entrega, da amizade e da nudez. Tudo tão gracioso e feminino como os substantivos usados na frase anterior.
Impossível ficar impassível ao gesto de inocência, ao contorno dos seios, às costas nuas, à pele lisa e uniforme, ao sorriso puro e despudorado.
Minha insensibilidade não foi o suficiente para cegar a poesia daquele instante. Odiei o pintor por eu não saber usar tela e tintas. Invejei o fotógrafo por desconhecer a alquimia dos tons de amarelo, magenta e o ciano.
Na obsessão do registro, quase esqueci o que era para ser inesquecível. Ainda há tempo, ao menos tenho a recordação simbolizada nestas poucas e cifradas palavras.
Impossível ficar impassível ao gesto de inocência, ao contorno dos seios, às costas nuas, à pele lisa e uniforme, ao sorriso puro e despudorado.
Minha insensibilidade não foi o suficiente para cegar a poesia daquele instante. Odiei o pintor por eu não saber usar tela e tintas. Invejei o fotógrafo por desconhecer a alquimia dos tons de amarelo, magenta e o ciano.
Na obsessão do registro, quase esqueci o que era para ser inesquecível. Ainda há tempo, ao menos tenho a recordação simbolizada nestas poucas e cifradas palavras.
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
Um ano de lucros
Fez uma semana que um ciclo cronológico em minha vida se fechou e, inevitavelmente a "ação clichê" de contabilizar os ganhos e as perdas deste período recém passado esteve presente. E não é que o saldo foi bastante positivo!
O ano 33 foi marcante. Ano de muito trabalho e poucos amores, de sorrisos espontâneos e lágrimas forçadas, uma moradia e alguns momentos de desabrigo. Ano de muita saúde e uma paranóia, alguma atividade física e inúmeros movimentos extracurriculares, uma gata demais e um gato de menos (e a menos). Ano de vários destinos para uma única volta.
Mas foi no meio de uma crise mundial que meu maior lucro se materializou. Naquele dia 30/10 meus dividendos estavam presentes nas mesas cheias durante o almoço e o jantar; nas ligações recebidas e nas não atendidas; nos beijos, abraços e nas palavras recebidas; nas mensagens escritas, nas faladas e nas subentendidas.
E como graça pouca é miséria, três dias depois os juros renderam um salão repleto de agrados e boas-vindas aqueles que eu chamo de “moedas que não se trocam por barganha nenhuma”: meus amigos.
O ano 33 foi marcante. Ano de muito trabalho e poucos amores, de sorrisos espontâneos e lágrimas forçadas, uma moradia e alguns momentos de desabrigo. Ano de muita saúde e uma paranóia, alguma atividade física e inúmeros movimentos extracurriculares, uma gata demais e um gato de menos (e a menos). Ano de vários destinos para uma única volta.
Mas foi no meio de uma crise mundial que meu maior lucro se materializou. Naquele dia 30/10 meus dividendos estavam presentes nas mesas cheias durante o almoço e o jantar; nas ligações recebidas e nas não atendidas; nos beijos, abraços e nas palavras recebidas; nas mensagens escritas, nas faladas e nas subentendidas.
E como graça pouca é miséria, três dias depois os juros renderam um salão repleto de agrados e boas-vindas aqueles que eu chamo de “moedas que não se trocam por barganha nenhuma”: meus amigos.
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
Uma história de personagens
Há dois anos observo você a distância, foi a abordagem que a Personagem-dois usou para se aproximar da Personagem-um. Quem sabe era a chance de protagonizar uma - hipotética - paixão não mais platônica. Mesmo com a diferença de idade - dez anos -, a Persongem-um cedeu. Tanto cedeu que rolou um segundo, um terceiro, um quinto encontro. Dormiram juntos e juntos encontraram outras personagens num almoço de domingo. Seria uma apresentação oficial?
Não, era apenas um desjejum dominical. Mas a Personagem-dois teve a oportunidade de conhecer algumas personagens amigas, colegas e desconhecidas da Personagem-um e assim saber um pouco mais de sua vida. Entre as colegas, estava a Personagem-três que tinha saído de uma relação há uns três meses, frequentava a turma a pouco tempo e, naquele almoço, estava de olho na Personagem-que-namorava. Mas a Personagem-que-namorava estava de olho na porta a espera da Personagem-com-quem-estava-namorando.
Já era quase um jantar de domingo e todos éramos personagens de uma mesma história, até mesmo este narrador que vos escreve. Vamos viver juntos outros contos, outras crônicas, vamos ser personagens amigos - prometemos em silêncio. Foi o que fizemos no último sábado (25/10). E a Personagem-um e a Personagem-dois? Infelizmente elas protagonizam suas histórias individuais há uma semana. Mas a Personagem-três já era parte do nosso elenco.
Voltemos ao sábado à noite. Todo o casting estava reunido e o cenário era uma festa de vários temas, inclusive o Halloween. Alguns do grupo estavam vestidos de personagens que não eram os seus. Éramos seis. Sim, a Personagem-um e a Personagem-dois estavam entre nós. Não eram mais um casal. Mas Personagem-dois ainda se mostrava esperançosa; sem sucesso. Sua desilusão deu lugar a uma falsa euforia. E não é que a Personagem-três estava ali para consolá-la? E, como toda história de personagens reais, o final foi bem previsível...
Não, era apenas um desjejum dominical. Mas a Personagem-dois teve a oportunidade de conhecer algumas personagens amigas, colegas e desconhecidas da Personagem-um e assim saber um pouco mais de sua vida. Entre as colegas, estava a Personagem-três que tinha saído de uma relação há uns três meses, frequentava a turma a pouco tempo e, naquele almoço, estava de olho na Personagem-que-namorava. Mas a Personagem-que-namorava estava de olho na porta a espera da Personagem-com-quem-estava-namorando.
Já era quase um jantar de domingo e todos éramos personagens de uma mesma história, até mesmo este narrador que vos escreve. Vamos viver juntos outros contos, outras crônicas, vamos ser personagens amigos - prometemos em silêncio. Foi o que fizemos no último sábado (25/10). E a Personagem-um e a Personagem-dois? Infelizmente elas protagonizam suas histórias individuais há uma semana. Mas a Personagem-três já era parte do nosso elenco.
Voltemos ao sábado à noite. Todo o casting estava reunido e o cenário era uma festa de vários temas, inclusive o Halloween. Alguns do grupo estavam vestidos de personagens que não eram os seus. Éramos seis. Sim, a Personagem-um e a Personagem-dois estavam entre nós. Não eram mais um casal. Mas Personagem-dois ainda se mostrava esperançosa; sem sucesso. Sua desilusão deu lugar a uma falsa euforia. E não é que a Personagem-três estava ali para consolá-la? E, como toda história de personagens reais, o final foi bem previsível...
terça-feira, 16 de setembro de 2008
EBTG... Everything but the friends
Estava a poucos arrumando as compras do supermercado e tentando não pensar sobre o que escrever. Foi aí que deu aquela vontade de ouvir o “Amplified Heart” do Everything But The Girl, CD fruto de um namoro de anos (que parecem décadas) atrás. Aquela sonoridade suave e ligeiramente melancólica me trouxe um sorriso discreto e me levou a um pensamento quase “orgásmico”:- Mesmo com as desventuras do coração, o distanciamento da família e o excesso de trabalho, uma coisa é inegável: o tempo fez uma puta seleção e trouxe para minha vida apenas amigos de primeira linha.
O mais rico disso tudo é a diversidade humana destes seres tão diferentes entre si mas extremamente complementares pra mim. Com uns eu posso (tentar) discutir horas a fio a origem do universo e com outros eu simplesmente sento numa mesa de bar para rir de nossas palhaçadas infantis. Tem os que me acham poliana demais, tem os que me vêem como implacável. Na minha escala de importância, todos têm o mesmo valor.
Já havia mencionado superficialmente a presença marcante de algumas dessas pessoas, mas senti a falta de dedicá-las um post. Então, meu amigo/minha amiga que tanto faz a diferença no quem eu sou hoje (sim, você sabe que é contigo mesmo/mesma), eu dedico este momento Everything But The Girl. Os beijos, os abraços e o carinho eu dou pessoalmente.
terça-feira, 9 de setembro de 2008
Sem título... mas com amigos
Espero não ter nenhuma tendência ao masoquismo, mas às vezes a dor nos traz à razão dos fatos e revela a beleza que até então se mantinha fora do foco. E é exatamente quando alguns revelam suas piores faces que outros se mostram mais belos do que até então já eram.E aos gestos simultâneos de duas amigas que quero dar toda a minha atenção neste post.
Uma por estar ao meu lado diante de umas das experiências mais bipolares que tive numa minha história recente. E ali no momento mais crítico, ela não entrou no mérito do julgamento, simplesmente abriu seus braços e coração e disse: esta noite eu vou dormir contigo.
Já a outra, mesmo à distância, me deu um sutil e lúcido tapa na cara. Diante de um adeus e do relato de uma dor real, me fez ver o quanto eu estava sendo egoísta comigo e com tudo ao transformar o latejo de uma “unha encravada” num lamento de alma dilacerada.
Letícia e Thaís, nesta noite em que tive a certeza de ser um merda, vocês me resgataram da dor e do exagero e me fizeram sentir o mais especial dos caras. Foram generosas em compartilhar a beleza dos seus seres e refleti-la em mim. Minha gratidão é tamanha que nem mesmo a palavra gratidão é capaz de traduzir fielmente tal sentimento.
Penso nas pessoas que tenho ao meu redor e chego à seguinte conclusão: se somos realmente os amigos que temos, eu sou fodão!
domingo, 24 de agosto de 2008
Amizade versus Segredos
Quando você descobre que um(a) amigo(a) pode estar sendo traído(a) o que deve fazer? É melhor contar os fatos e correr o risco de ser o pivô de uma separação ou se omitir e torcer que a verdade venha a tona com o tempo?
Acompanhei recentemente uma situação como esta que envolvia dois amigos; um era a possível vítima e o outro foi testemunha do ato suspeito. Confesso que não soube o que deveria ser feito.
A cena que meu amigo-testemunha presenciou não era necessariamente clara e poderia ter várias leituras. Então ele fez uma abordagem indireta ao amigo-possível-vítima para testar sua reação e assim obter mais informações. Infelizmente, as respostas levavam a uma conclusão nada feliz. A história e o fardo de conhecê-la foram compartilhados comigo.
Mesmo assim, o segredo se manteve. Até que hoje, depois de algumas semanas do fim do relacionamento, resolvemos contar ao amigo-possível-vítima os fatos. A reação dele não poderia ser outra: a esperada frase “por que não me contaram antes?”.
Naquele instante me senti omisso e pouco amigo. Por outro lado, o meu não-ato foi motivado pelo carinho, pela preservação e pela tentativa de não gerar o sofrimento do outro a partir de uma interpretação precipitada.
Por sorte, o amigo-possível-vítima foi sensato o suficiente para entender nossas razões. Mesmo assim, o dilema ainda é algo permanente em mim.
Acompanhei recentemente uma situação como esta que envolvia dois amigos; um era a possível vítima e o outro foi testemunha do ato suspeito. Confesso que não soube o que deveria ser feito.
A cena que meu amigo-testemunha presenciou não era necessariamente clara e poderia ter várias leituras. Então ele fez uma abordagem indireta ao amigo-possível-vítima para testar sua reação e assim obter mais informações. Infelizmente, as respostas levavam a uma conclusão nada feliz. A história e o fardo de conhecê-la foram compartilhados comigo.
Mesmo assim, o segredo se manteve. Até que hoje, depois de algumas semanas do fim do relacionamento, resolvemos contar ao amigo-possível-vítima os fatos. A reação dele não poderia ser outra: a esperada frase “por que não me contaram antes?”.
Naquele instante me senti omisso e pouco amigo. Por outro lado, o meu não-ato foi motivado pelo carinho, pela preservação e pela tentativa de não gerar o sofrimento do outro a partir de uma interpretação precipitada.
Por sorte, o amigo-possível-vítima foi sensato o suficiente para entender nossas razões. Mesmo assim, o dilema ainda é algo permanente em mim.
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