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terça-feira, 20 de abril de 2010

Segredos além dos olhos

Tento não me deixar levar por premiações como o Oscar; nem sempre o mérito delas reflete a qualidade das obras e sim as cifras arrecadadas. Mas hoje eu me rendi ao ganhador do melhor filme estrangeiro de 2009: O Segredo dos Seus Olhos (El Secreto de Sus Ojos, 2009 – Argentina e Espanha)

Você pode classificar a película como bem quiser: thriller, romance, policial ou drama. Eu decidi inventar a categoria “duas histórias de amor alinhavadas genialmente por um clima polícia-bandido com pequenas doses de suspense.” O que só prova que estou bem longe de ser um crítico de cinema. Melhor assim.

Com roteiro baseado no livro "La pregunta de sus ojos" do argentino Eduardo Sacheri e dirigido por seu conterrâneo Juan José Campanella, O Segredo dos Seus Olhos é uma produção que capricha na reconstituição de época, traz uma fotografia de encher os olhos e até cenas com edições mais conteporâneas. E, é claro, uma história que merece um capítulo a parte.

Na minha opinião, o grande trunfo do filme é ser essencialmente um romance disfarçado de forma intencional de policial e suspense. Sem falar no desfecho que aceita muito bem o previsível e o inesperado.

Aí você de se dá conta de que muito pouco separa o temor do amar.

terça-feira, 23 de março de 2010

"Sugar Water"

Esse é só um dos motivos pelo qual sou louco pelo genial cineasta francês Michel Gondry. O vídeo a seguir foi lançado em 1996 e é de uma banda nova-iorquina chamada Cibo Matto formada por duas japonesas.


Cibo Matto- Sugar Water

domingo, 3 de maio de 2009

Não por acaso mesmo

Às vezes, nos momentos de assepsia emocional, esqueço o quanto a ficção tem o poder de me tirar de um estado de catalepsia dos sentidos. E foi o que “Não Por Acaso” fez comigo nessa noite de domingo de trabalho, de almoço familiar a base de sanduíche e com alguns ruídos de comunicação.

O filme de estréia de Philippe Barcinski ficou semanas esquecido no móvel de casa e se revelou somente hoje, não por acaso (o trocadilho foi mais forte), para trazer estórias simples numa realidade falsamente complexa.

Vidas em trânsito, vidas no trânsito; para mim é a síntese de “Não Por Acaso”. São Paulo é o cenário e o vai-e-vem dos carros é o personagem presente a todo momento; o vilão e o mocinho, o ator principal e o coadjuvante.

Na época do lançamento, muito se disse sobre as histórias paralelas, sobre a estréia de Barcinski nos longa-metragens e a produção de Fernando Meirelles. Pra mim, o que importa mesmo é a história e os personagens simples, uma São Paulo dinâmica em uma câmera quase lenta e as vidas que transitaram e que arrancaram alguns arrepios, algumas lágrimas.

domingo, 9 de novembro de 2008

Mais que um plano perfeito

Estava “zappiando” a tevê nesta noite de domingo e deparei com uma obra prima de Spike Lee chamada “O Plano Perfeito”. Mais do que uma obra, o filme é um desafio: descubra o mocinho da história.

Além de um elenco estelar (Denzel Washington, Clive Owen, Willem Dafoe, Jodie Foster e Christopher Plummer que figuram o time principal deste drama policial) , “O Plano Perfeito” (Inside Man, 2006) conta com atuações impecáveis e personagens intrigantes.

Tudo começa num assalto a banco com reféns no centro de Nova York. No desenrolar do roteiro, acompanhamos todos aqueles que são afetados pelo crime e, como Spike Lee não poderia deixar passar em branco, a questão racial é abordada de forma sutil mas eficaz.

É um filme que não canso de assistir e de recomendar.

P.S.: a música de abertura e encerramento do filme (“Chaiyya Chaiyya”) figura entre as minhas favoritas e foi aproveitada de uma película indiana chamada “Dil Se".



terça-feira, 7 de outubro de 2008

Histórias para (bem) digerir

Acabei de assistir “Banquete de Amor” (Feast Of Love, 2007) e a sensação ainda presente é de leveza e satisfação. Como o próprio título sugere, o filme traz um cardápio de histórias (o amor é o prato principal) e nos mostra a forma como seus personagens às digerem. Se a analogia me permite, o personagem de Morgan Freeman assume aqui o cargo de chef e nos convida provar a variedade de sabores ali surgidos. Tudo é leve mas não necessariamente superficial. Ao final é inevitável pensar na equação amar-errar-aprender-amar. É para bem digerir.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

O Grande Truque

Um filme que se torna aquilo que ele mesmo retrata. É assim como eu defino “O Grande Truque” (The Prestige – 2006). Eu já o tinha visto há uns dois anos e hoje resolvi assisti-lo novamente. E confesso: sua idéia principal passou batida na primeira vez e acho que este era o seu propósito.

A trama é ambientada no século XVIII e fala basicamente da rixa entre dois mágicos e a busca obsessiva de ambos pelo truque perfeito. E é claro, a coexistência dos personagens se torna gradualmente insuportável numa narrativa cronologicamente (e propositalmente) irregular.

O Grande Truque” nos revela que nada há de mágico. Tudo é técnica e ela pode estar presente num simples desviar de atenção da platéia ou nas engenhocas que tornam a “magia” possível.

O filme é o próprio objeto do seu roteiro. Ele brinca todo o tempo com o espectador desviando sua atenção para que o grande truque não seja desvendado. As respostas estão ali o tempo todo e são muito simples, mas preferimos não ver, escolhemos ser enganados; parafraseando um dos diálogos.

E eu sabia que a presença do Christian Bale e de Michael Caine não era mera coincidência. O filme tem a direção de Christopher Nolan, diretor de “Amnésia”, “Batman Begins” e “Batman – O Cavaleiro das Trevas”, títulos mencionados e elogiados num post mais antigo.

O elenco ainda tem Hugh Jackman, Scarlet Johansson e o ótimo David Bowie. Para quem curte uma boa história, esta é uma delas!

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Batman Continua... Adulto e Sério, Sim Senhor


Na última sexta-feira (18), fui assistir “Batman – O Cavaleiro das Trevas” por impulso e sem ler qualquer comentário ou crítica a respeito. Sabia de sua (dupla) dura missão: ser uma continuidade e superar o primeiro episódio.

Após quase 2h30min de filme, foi impossível não soltar um “do caralho”, mesmo que tenha sido por torpedo para os amigos. E, respondendo ao comentário que o Zeca Camargo fez hoje em seu blog: sim, tem que ser sério.

Bruce Wayne/Batman sempre foi um ser sombrio e solitário, atormentado pela vingança e por um excessivo senso de justiça, beirando a obsessão. Portanto não dá para esperar outra performance de Christian Bale e da direção de Christopher Nolan (este, aliás, já tinha me impressionado no ótimo “Amnésia”).

Nem o Coringa escapa do ambiente sortuno; seu sorriso é a síntese da(s) sua(s) história(s) de horror. E, inevitavelmente, vou cair no lugar comum e citar a excelente atuação de Heath Ledger que faz com que seu personagem desse a tônica do filme.

Em “O Cavaleiro das Trevas” ninguém sai ileso. Os mocinhos e os vilões são igualmente recompensados e punidos, com ou sem razão. Até o mais implacável bem feitor tem o seu preço, mesmo que ele não seja em dólar. E o mal deixa bem claro o seu papel: ser o antagonista na mesma intensidade de obsessão do herói e revelar que é muito tênue a linha que os separa.

Um bom exemplo disso é quando Bruce Wayne oferece seu apoio ao promotor público Harvey Dent. Mais do que um aliado no combate ao crime, o ricaço vê a oportunidade de abrir mão da capa de homem-morcego e assim conquistar Rachel Dawes, interpretada aqui por Maggie Gylenhaal no lugar de Katie Holmes, que fez a mocinha no primeiro filme. O resto do elenco principal do antecessor é mantido com Michael Caine, Morgan Freeman e Gary Oldman. Além de Ledger, Aaron Eckhart é a novidade como o Duas Caras.

Assim como em “Batman – Begins”, a produção é caprichada com cenários caprichados, imagens aéreas de tirar o fôlego, efeitos especiais convincentes (é impossível ficar inerte na poltrona na cena em que o caminhão tomba) e uma fotografia menos sombria mas envolvente.

Sem sombra dúvida, “Batman – O Cavaleiro das Trevas” é a história de um herói adulto para adultos e vale quanto cobram por aí: R$ 18,00 o ingresso.