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domingo, 3 de janeiro de 2010

Tudo a dizer

Enquanto procurava o sono em meio à angustia que o fim das férias traz, tive uma "revelação" sobre o último post escrito "Nada a dizer?".

Caro leitor, o motivo principal pelo travamento das ideias é a falta de honestidade contigo e comigo.

Poupo as palavras, os enredos, os significados, a minha presença aqui para ocultar o inflacionamento da fragilidade crescente em mim.

Não é uma vulnerabilidade generalizada, mas o suficiente para me recolher, me entocar, me embotar.

Ela – a fragilidade – se manifesta talvez por causa do meu amadurecimento, do reconhecimento dos eus fracos e fortes, do descontentamento com o reflexo e o reflexo do descontentamento.

É a autocensura da vaidade fantasiada de autopreservação. É fingir-se de preto e branco quando na verdade a miopia não permite ver a precisão e a definição das cores

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Nada a dizer?

Abro um documento em branco e branco ele continua. Leio, releio, vasculho e nada me inspira, tão pouco expira. Culpo o embotamento dos sentidos, o desbotamento das 100 cores, a falta de referências e até a tecla “s” do teclado que não funciona direito.

Posts com intervalos cada vez maiores e conteúdos menores. Então meu lado ordinário diz: “Culpe o twitter, você está viciado na superficialidade dos 140 caracteres.” A superficialidade não é a reposta; nem novela tenho visto.

Talvez eu esteja inconscientemente em
sintonia com alguns movimentos que estão ficando cada vez mais fortes no nosso cotidiano e de forma muito sutil: a caretice, a censura e apatia. Flagrei meu lado ‘old fashion’ ao revelar para alguns amigos a vontade de viver um relacionamento próximo do casamento. Sabe aquele coisa ‘eu sou sua propriedade e você é minha e vamos viver juntos para minar nossa individualidade em nome de uma noite de sexo por semana’? Cheguei a pensar nisso. E mais, num instante de estupidez absoluta, concordei com o que fizeram com a estudante Geyse Arruda.

Por outro lado, sei que aqui eu não falo apenas de mim, mas também de pessoas que estimulam meus sentidos e sentimentos. Como a escrita é um dos meus recursos para expurgar o pus do gozo, é fato que muitas vezes exponho a mim e aqueles que me afetam. A incerteza do que é possível ou não dizer aqui tem me travado por diversos momentos e viro meu próprio censor.

Já a inconstância do tesão, do entusiasmo, da indignação, raiva, paixão, a ausência do a flor da pele se traduz aqui na economia de palavras. Mas a apatia não está necessariamente no sentir mas no falar, no escrever, no dialogar, nas ideias. É como se bastasse ter no meu autismo meu único interlocutor; meu próprio mundo da linguagem, meus signos e significantes só meus.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Postei o Par Perfeito de Assalto

Maíra, você me mandou este texto há uns dois anos e hoje, revirando meus arquivos recebidos, resolvi publicá-lo na falta de algo próprio para postar.

Peço desculpas pela apropriação. Mais do que apropriação, achei o texto apropriado:


O Par Perfeito

Eu quero o coração acelerado, a sensação de não querer estar em outro lugar... nunca mais.
Eu quero a verdade num encontro rápido de olhos e todos os sonhos em um abraço demorado.
Eu quero a demora pra ir embora e a urgência de um telefonema.
Eu quero que o último beijo seja sempre o penúltimo e que o primeiro seja sempre esperado... todo dia.
Quero que a saudade seja sempre imediata e desejo um telefonema da esquina.
Eu quero a intensidade nos gestos e o amor declarado, sem medo, sem culpa.
Eu quero o amor em palavras, em letras, em canções, em suspiros, em confissões.
Eu quero o grito, o sussurro, o outdoor e o bilhetinho na geladeira.
Eu quero o tal par perfeito no coração, quero a fotografia no mural e nunca ter que tirá-la de lá.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Um Post Sob Encomenda

Atendendo pedidos:

Estou aprendendo como lidar com suas contradições. E aqui uso a frase que sugeriu no último sábado: reclama pois quase não menciono você neste blog ao mesmo tempo que faz do segredo uma palavra de ordem.

Você propõe cláusulas restritivas mas quer que eu vá além, que rompa barreiras. Se protege mas deslumbra a falta de cobertura. Diz nãos insinuando sins. Alguns sins de nãos subentendidos. Avança quando eu recuo e vice-versa. Tudo claramente obscuro. Sua antítese contra a minha.

Dois mundos a parte e distintos que agora se fundem e me confundem. E sabe da melhor? Tudo isso me diverte!

domingo, 18 de janeiro de 2009

Ultimamente Eu...

Ultimamente eu estou calado. Os lábios cerrados e a mente solta. Não falar para ouvir. Não falar para não curar, não ferir. O silêncio para não gritar.

Ultimamente eu ando calado. Quase não falo. Quase não escrevo. Não estou expressando, estou imprimindo. Pouco entrego e muito recebo.

Ultimamente eu estou fechado. Fechado para não vazar. Autocensura para estancar segredos, pontos de vista e uma vontade de mudança.

Ultimamente eu estou enclausurado. Fico dentro para não me mostrar. Daqui vejo o “lá fora” melhor. Boca fechada. Olhos abertos.

Ultimamente eu também estou em crise.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Vício Novo e um Outro Antigo

Acho que viciei nessa história de blog! Acabei de chegar em casa e fico pensando em pautas/assuntos que devo abordar aqui. E tudo isso nos lugares e situações mais inusitados.

Geralmente a primeira idéia que surge é:

- Isso não vai funcionar por muito tempo.

Penso assim pois sou muito auto-crítico com aquilo que me expõe de alguma forma e com tudo que escrevo.

Durante algum tempo eu usei um arquivo Word protegido por senha para registrar os fatos de maior relevância pra mim. Era a minha memória, meu registro de impressões virtual. Foram alguns anos de insistência em mantê-lo atualizado pelos menos uma vez por semana, mas não deu certo.

Alguns fatores explicam isso. Apesar do meu processo de escrita nunca ser dos mais fáceis – eu peno muitas vezes ao tentar organizar meus pensamentos caóticos e desfocados -, duro mesmo era ler algum tempo depois os textos que redigi.

E isso ainda me persegue. Vejo os meus posts anteriores e sinto aquela compulsão imediata por editá-los, corrigi-los, reestruturá-los.

Mas, segundo a etiqueta que por aqui reina, qualquer tipo de edição pós publicação deve ser exposta para garantir a minha credibilidade.

OK, estou me segurando… até agora.